sexta-feira, 23 de maio de 2014

DESABAFO!

É fácil culpar o Sistema. Difícil é aceitar que o Sistema é composto e desenvolvido por PESSOAS.

É cômodo culpar o Sistema. Difícil é aceitar que só nós podemos mudá-lo.
Virou clichê, carro-chefe e, arrisco dizer, lema dos professores culpar o
Sistema e o baixo salário por todos os danos e falhas presentes na Educação brasileira.
SEPE’s, debates, discussões, greves, greves... O motivo? Aumento de salário. Sempre!

Algumas vezes maquiados com um discurso vazio e superficial de “melhores condições de trabalho”...

Que condições?

Do que mais um bom professor precisa para realizar seu trabalho que não, a voz?

Desconheço...

Um professor pode lecionar em uma sala moderna e equipada com a mesma qualidade que em praça pública, por exemplo. Mas para isso, é necessário algo que, lamentavelmente, apenas uma ínfima minoria está disposta: Comprometimento.

Lecionar dá trabalho. Requer pesquisa, estudo, leitura, disposição, desenvoltura, criatividade, dinamismo, domínio de conteúdo e, principalmente, de turma, e uma infinidade de características cansativas.

Lecionar exige paciência, altruísmo e boa vontade! E isso, meu amigo, é cada vez mais raro na área!

A habitual Sala dos Professores virou, há tempos, mesa redonda das lamentações. Os raros momentos de interação entre vários profissionais, são hoje, palco para discussões repetitivas e sem fins positivos.

Professores dão aula sentados, e reclamam no dia em que não conseguem essa proeza!

Queixam-se da conversa, da indisciplina, da postura dos alunos, mas nada fazem para mudar esse quadro.

Em suas carteiras, alunos viram “números”.
“ – O número 23 já tem 10 faltas.” “- O número 5 não aprende NADA.”

Indiferentes à realidade individual de cada um, seguem generalizando e transformando-os em “casos perdidos”.

O clássico “Conselho de Classe” nada mais é que um dia a menos em sala de aula.

Previamente os docentes entram em um acordo para falarem pouco para que possam ir para casa mais cedo. E quem se estende, depara-se com olhares tortos e julgadores da “bancada”.

Alunos que por algum motivo não se enquadram no esperado pelo regente da turma, têm duas opções:
1 – Serem reprovados por uns 3 anos até o Conselho aprová-lo por conta da idade.
2 – Serem aprovados sem rendimento necessário para que não seja necessário um trabalho diferenciado.

Porque, claro, trabalho diferenciado dá “trabalho”, e “não recebemos para isso”!
Em poucos anos de docência, ainda não descobri para que, afinal, recebemos.
Talvez daqui alguns anos eu descubra.

Não acho, absolutamente, que recebemos o que o cargo merece. Mas a cada dia que passa, venho achando que recebemos o suficiente pelo trabalho que exercemos. Infelizmente!

Culpar o baixo salário pelo descaso em sala de aula é cômodo. E cruel!
Sugiro uma manifestação em prol de melhorias na educação: Escolha outra profissão!

sábado, 10 de maio de 2014

FRAGMENTE-SE!

FRAGMENTE-SE!

Fragmentar-se exige cautela, e essa não me transborda aos ouvidos!
Falta-me, eu confesso!

Mas de tanto fragmentar-me, venho criando experiência...E gosto!

Com o tempo aprendi que o todo não é necessariamente a soma das partes, ou quase isso...
E hoje entendo que todos os meus pedaços são o melhor de mim, e meu todo, pode não ser tão bom assim!

Alguns pedaços estão perdidos por aí... E quando eu encontrar, talvez não seja mais o que era quando o deixei.

Tenho aprendido que é necessário repartir-me em mil e permitir q outrem tire algum proveito.

O que nem sempre é favorável, mas todo risco é sempre válido!

Dizem tanta coisa sobre "constante construção", e eu não encontro melhor verbo para tal, que não: Fragmentar-se!

E ainda, um pedacinho de mim que não me serve mais, talvez caiba exatamente no mosaico de alguém, e adiante seu trabalho, e vice-versa, e versa-vice...

Um fragmento me permite ideias, perguntas, dúvidas, crescimento, amadurecimento, vivências... etc e tal...

Fragmente-se!